A «ciência da carícia» manifesta dois aspectos do amor: a proximidade e a ternura. E «Jesus conhece bem esta bonita ciência». Disse o Papa Francisco, celebrando na manhã de sexta-feira, 7 de Junho, a missa da solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, na capela da Domus Sanctae Marthae. Concelebraram, entre outros, o arcebispo Jean-Louis Bruguès, arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana, e o bispo Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano, que acompanhavam um grupo de funcionários da instituição.
Ao referir-se às leituras do dia, o Pontífice definiu a solenidade do Sagrado Coração de Jesus como a «festa do amor»: Jesus «quis mostrar-nos o seu coração, como o coração que amou muito. Portanto, hoje façamos esta comemoração. Sobretudo do amor de Deus. Deus amou-nos muito. Penso no que nos dizia santo Inácio. Indicou-nos dois critérios sobre o amor. Primeiro: o amor manifesta-se mais nas obras do que nas palavras. Segundo: há mais amor em dar do que em receber».
Mas, perguntou-se o Pontífice, «como é pastor o Senhor»? E afirmou: «O Senhor diz-nos muitas coisas, mas mencionarei só duas. A primeira está no livro do profeta Ezequiel: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas, examiná-las-ei. Examinar significa que as conhece, todas pelo nome. Examinar. E Jesus diz-nos o mesmo: conheço as minhas ovelhas. Conhece uma por uma, pelo nome. Assim Deus nos conhece: não em grupo, mas um por um. Porque – explicou o bispo de Roma – o amor não é abstrato, ou geral para todos; é um amor por cada um. Assim Deus nos ama».
Tudo isto se traduz em proximidade: «Deus – frisou o Papa – fez-se próximo de nós. Recordemos aquele bonito trecho do Deuteronômio, aquela amorosa admoestação: Qual povo teve um Deus tão próximo como vós?». Um Deus «que se torna próximo por amor – acrescentou – e caminha com o seu povo. E este caminhar chega a um ponto inimaginável: nunca se poderia pensar que o próprio Senhor se faz um de nós caminhando connosco, permanecendo connosco, permanecendo na sua Igreja, na eucaristia, na sua palavra, nos pobres. Esta é a proximidade. O pastor próximo do seu rebanho, das suas ovelhas que conhece uma por uma».
«Também o nosso amor – diz-nos o Senhor: Amai-vos como eu vos amei – se deve fazer próximo e terno o do bom samaritano, ou o da parábola que hoje a Igreja nos apresenta no evangelho», acrescentou o Papa. Mas como podemos restituir ao Senhor tantas coisas bonitas, tanto amor, esta proximidade e ternura?». Certamente, disse o Pontífice, «podemos dizer: amando-o, tornando-nos próximos dele, ternos com ele. Isto é verdade, mas não é o mais importante. Pode parecer uma heresia mas é a maior verdade: mais difícil do que amar a Deus é deixar-nos amar por ele! É este o modo para lhe restituir tanto amor: abrir o coração e deixar-nos amar. Deixar que ele se aproxime de nós, e senti-lo próximo. Deixar que ele se torne terno, nos acaricie». Isto, concluiu, «é muito difícil: deixar-nos amar por ele. Mas é talvez isto que devemos pedir hoje na missa: Senhor, quero amar-te mas ensina-me a difícil ciência, o hábito difícil de me deixar amar por ti, de me sentir próximo de ti e de te sentir terno».
VIVANT CHRISTUM REGEM
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